Encontro Turiwara reúne aldeias para celebrar cultura e identidade indígena no PA

  • 19/04/2025
(Foto: Reprodução)
Representantes das aldeias Turiwara de Tomé-Açu, no Pará, reuniram-se pela primeira vez na Semana dos Povos Indígenas para celebrar e fortalecer sua cultura, com oficinas, jogos e mostra fotográfica. Semana dos Povos Indígenas fortalece identidade e tradição Turiwara. Raisa Araújo Os anciãos sentam-se no centro da casa de cultura, simbolizando tradição e saber. Ao seu redor, em duplas, indígenas cantam e dançam cânticos da etnia Turiwara. Ao fundo, o som de fogos marca a abertura da Semana dos Povos Indígenas, na aldeia Braço Grande. As celebrações começaram na noite de quarta-feira (16) e terminaram na manhã deste sábado (19), data em que se comemora nacionalmente o Dia dos Povos Indígenas. O evento, chamado “Resgate de Cultura, Troca de Saberes e Jogos Indígenas”, reuniu, pela primeira vez, representantes das aldeias Turiwara de Tomé-Açu, no nordeste do Pará. Reunimos as aldeias porque, antigamente, era algo separado, cada família fazia seu evento. O povo Turiwara resolveu começar a fazer esse encontro. Então, os parentes que vêm, vêm para contribuir nessa troca de saberes e até mesmo resgatar a cultura Com 30 anos de idade, Paulo é o cacique mais jovem das aldeias Turiwara da região. Ele assumiu a liderança do seu povo após seu pai ser morto por um fazendeiro há três anos. Tradição e resistência marcam celebração indígena na aldeia Braço Grande. Marcus Passos/g1 Pará Durante três dias, indígenas da etnia Turiwara realizaram oficinas de pintura corporal, disputas de arco e flecha, corrida de tora de madeira, torneio de futebol e outras atividades de preservação cultural. Força e resistência Para José Dias, indígena de 79 anos que estava sentado no centro da Casa de Cultura Turiwara durante o cântico de abertura, um dos objetivos do seu povo é a preservação da natureza. “Para manter as tradições, as bases das raízes indígenas, é a floresta. É na floresta que encontramos a principal base do nosso trabalho”, afirma. Aldeias Turiwara promovem resgate cultural e troca de saberes em Tomé-Açu. Raisa Araújo Pintados de diferentes formas, os indígenas expressavam, por meio do corpo, a forte ligação com a natureza. Do jenipapo e do urucum, frutos encontrados na Amazônia, os Turiwara extraíam as cores para a pintura corporal. O jovem Darlan Paiva Marques diz que as pinturas com jenipapo são uma característica do seu povo, aprendendo a fazê-las em si próprios e nos outros, com significados que vão de traços simples de animais a formas de fortalecer a identidade. Desafios do presente A aldeia Braço Grande conta com 34 moradias e mais de 100 indígenas. O cacique Paulo diz que seu povo enfrenta dificuldades para preservar a própria identidade e cultura da etnia Turiwara. “Hoje em dia, temos enfrentado grandes dificuldades nas aldeias com a influência da cidade, a questão das drogas e dos vícios que vêm de lá”, afirma. Cultura, jogos e saberes unem indígenas Turiwara em evento inédito. Marcus Passos/g1 Pará Segundo o cacique, eventos como o realizado nesta semana servem justamente para resgatar a cultura indígena. É um momento para sentar com os mais velhos e perguntar como era o artesanato, servindo como uma troca de saberes entre os povos. Paulo chama atenção para o uso da tecnologia entre os indígenas, que pode ser uma ferramenta valiosa, mas requer cuidados, especialmente entre os mais jovens. Quando o jovem é muito novo, não tem experiência, pega no celular, o mundo consegue fazer a mente dele mais rápido do que a própria liderança dentro da aldeia. Sabemos que ele vai ter contato com a tecnologia, mas, antes disso, ele precisa saber que é indígena, que tem cultura, costume Mostra fotográfica O líder do povo Turiwara afirma que, a partir do momento em que um indígena sabe quem é, a tecnologia deixa de ser um perigo e passa a ser um benefício para a comunidade. Para o cacique, a mostra fotográfica “Um olhar Turiwara sobre si” exemplifica isso. A exposição, promovida pelo Fundo Hydro, destaca o trabalho de 11 indígenas que participaram de uma capacitação para registrar e divulgar seu patrimônio cultural. Tecnologia e tradição: Turiwara usam fotografia para valorizar identidade. Marcus Passos/g1 Pará Os registros do cotidiano indígena ficaram expostos na Casa de Cultura Turiwara. Uma das participantes, Diana Rodrigo de Souza, diz que as pessoas de fora da aldeia têm uma visão dos indígenas diferente daquela que seu próprio povo tem sobre si. “A gente tem a ferramenta do celular, que utiliza para tantas coisas. Mas nós, especificamente, queríamos mostrar nossa cultura, nossa vivência, nosso jeito. Só que muita gente não sabia. Eu, por exemplo, não sabia mexer”, revela. A capacitação foi ministrada pelo fotojornalista Oswaldo Forte, que afirma que a experiência de ministrar a oficina de fotografia junto à comunidade Turiwara foi extremamente gratificante. "O resultado foi surpreendente, foi uma troca de conhecimentos sem precedentes nos meus 20 anos como professor de fotografia e, além disso, são pessoas incríveis e me acolheram com muito carinho", destaca Oswaldo. Mauro Drumond, gerente de responsabilidade social da Hydro, explica que a mostra fotográfica é resultado de uma visita dos indígenas a outro projeto social em Barcarena, no nordeste do Pará. “Esse é o objetivo: capacitá-los para que possam desenvolver suas potencialidades, quem sabe usar isso para atrair visitantes, para gerar renda. Mostrando toda a riqueza que eles têm e que pode ser compartilhada”, afirma. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará Confira outras notícias do estado no g1 PA

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2025/04/19/encontro-turiwara-reune-aldeias-para-celebrar-cultura-e-identidade-indigena-no-pa.ghtml


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